sábado, 27 de outubro de 2012

A ruptura do cometa 168P/Hergenrother

O cometa 168P/Hergenrother, ao longo das últimas semanas,tem estado sob escrutínio intenso devido ao seu comportamento estranho,  ou seja, um aumento de magnitude 6 em seu brilho em questão de poucas noites.

cometa Hergenrother e seu fragmento

© Observatório Remanzacco (cometa Hergenrother e seu fragmento)

Simultaneamente, a condensação do centro tornou-se efetivamente mais brilhante e nítida, enquanto a coma aumentou seu tamanho.

No dia 1 de Outubro de 2012 o cometa efetuou sua maior aproximação do Sol (1,4 UA). Alguns observadores especularam que o calor gerado pelo Sol tinha feito com que o frágil cometa se quebrasse. No dia 26 de Outubro de 2012, um grupo de astrônomos descobriram uma evidência que pode ser usada para suportar tal ideia. Usando remotamente o telescópio Faulkes North no observatório Heleakala, no Havaí, Ernesto Guido e sua equipe detectaram a fragmentação do cometa Hergenrother.

As imagens feitas no dia 26 de Outubro de 2012 revelam a presença de um núcleo secundário, ou um fragmento, a aproximadamente dois arcos de segundo distante da principal condensação do cometa. Isso é provavelmente um pedaço rochoso de gelo que está emergindo da nuvem de gás e poeira que envolve o núcleo principal. Os cometas são objetos frágeis, assim não é nenhuma surpresa que o cometa está sofrendo uma ruptura.

Fonte: Observatório Remanzacco

sábado, 6 de outubro de 2012

Fase brilhante do cometa 168P/Hergenrother

De acordo com relatórios emitidos por um número de observadores de vários fóruns de astronomia, o cometa 168P/Hergenrother está atualmente experimentando uma fase brilhante: ao longo de várias noites, aumentou em brilho por diversos valores, atingindo uma magnitude visual total de aproximadamente 8.

cometa 168P/Hergenrother

© Observatório Remanzacco (cometa 168P/Hergenrother)

A equipe de astrônomos do Observatório Remanzacco realizaram algumas observações remotamente do cometa, entre 26 de setembro e 3 de outubro de 2012, através do Telescópio Faulkes do Sul, no Siding Spring.
Inspecionando as nossas imagens obtidas em 26 de setembro, o cometa mostra uma condensação central, medindo cerca de 3". O estado da coma total foi atribuído a um diâmetro de cerca de 1,7'. Em 3 de outubro, a condensação central cresceu a 8" e o diâmetro total foi de quase coma 3'. É interessante notar como, além do crescimento do tamanho da condensação central, também a sua aparência mudou, aparecendo bastante acentuada em 26 de setembro, e um pouco tênue em 3 de outubro.
Subtraindo as duas imagens de 26 de setembro de 3 de Outubro, a evolução da condensação central tornou-se evidente. Até certo ponto, a diferença pode ser devida a uma ligeira mudança nos ângulos de perspectiva (por exemplo, o seu ângulo de fase passados ​​10-13 graus), no entanto considera-se que uma parte do que se vê no painel, é uma verdadeira evolução da condensação central devido a sua fase ativa.

diferença entre as imagens

© Observatório Remanzacco (diferença entre as imagens)

Os dados fotométricos suporta a evolução observada: nossos dados Afrho em 26 de setembro mostra um pico de cerca de 670 +/- 100 cm de 2,230 km do centro da imagem, enquanto em 03 de outubro medimos uma afrho de 1210 +/- 150 cm pico com um raio de cerca de 3.000 km do centro da imagem. Isto parece indicar um aumento de duas vezes da atividade Afrho dentro da condensação central, numa questão de uma semana, bem como a recessão aparente do pico de atividade a partir da condensação central.

A expressão Afρ (Afrho), foi uma quantidade introduzida por Michael A'Hearn em 1984 (AJ 89, 579, 1984) com o objetivo de comparar as medições relativas à poeira sob diferentes condições de observação, de tempo e de instrumentos.
Além de outros parâmetros envolvidos no cálculo, o termo Afρ significa: o albedo "A" (a refletividade dos grãos), o fator de enchimento "f" e "ρ" (a letra grega "rho"), que é o raio da coma (geralmente em km) sob investigação.

evolução do parâmetro Afrho

© Observatório Remanzacco (evolução do parâmetro Afrho)

A mudança no perfil fotométrico da coma também é óbvia, a partir da comparação entre os dois painéis, com o gráfico de 3 de outubro significativamente mais largo e menos inclinada, comparada com o de 23 de Setembro.
Os dados científicos confirmam que atualmente o cometa 168P/Hergenrother está vivo e bastante ativo.

Fonte: Observatório Remanzacco

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O futuro brilhante do cometa ISON?

Poderá o ponto apagado da imagem se tornar um dos cometas mais brilhantes da história? É possível. Por outro lado, o cometa poderá se quebrar quando chegar perto do Sol, ou brilhar modestamente.

posição do cometa ISON

© Rolando Ligustri (posição do cometa ISON)

Contudo, as especulações mais otimistas dizem que o recém-descoberto cometa, denominado C/2012 S1 (ISON) poderá desenvolver uma cauda espetacular ou ter seu brilho aproximadamente igual ao da Lua Cheia no final de 2013.

O cometa ISON atualmente está muito apagado sendo visível com uma magnitude de 18, como mostrado na imagem acima. O cometa, descoberto a pouco mais de uma semana atrás na Rússia, por Vitali Nevski (Bielorusia) e Artyom Novichonok (Rússia), está atualmente se aproximando em direção ao Sol e atualmente está entre as órbitas de Júpiter e Saturno. No começo de Outubro de 2013, ele passará perto de Marte e possivelmente será visível pelos rovers e pelas sondas que lá estão. O cometa ISON aparentemente está em curso rasante em torno do Sol, chamdo de cometa sungrazer, ele passará no final de Novembro de 2013 a cerca de 1,1 milhão de km da superfície visível do Sol, o que pode significar o fim para o cometa. Se por acaso ele sobreviver a sua passagem pelo Sol ele irá passar perto da Terra no final de Dezembro de 2013, e poderá ser um dos mais brilhantes já observados, possivelmente mil vezes mais brilhante que Vênus e quase tanto quando a Lua Cheia. Os astrônomos em todo o mundo irão rastrear essa grande e suja bola de gelo com mais atenção para melhor entender sua natureza e prever como ela pode se desenvolver nos próximos 15 meses.

O gráfico apresentado abaixo foi gerado com o software Orbitas e mostra a magnitude prevista para o cometa (em vermelho) versus sua elongação.

gráfico da magnitude x elongação do cometa ISON

© Orbitas (gráfico da magnitude x elongação do cometa ISON)

O cometa ISON será facilmente visto durante meses no hemisfério norte, enquanto se aproxima da nossa estrela. Na parte debaixo do Equador, a visão fica mais complicada, somente parte da cauda poderá ser vista em algumas regiões.

Se sobreviver à passagem pelo Sol, o objeto deve chegar a 60 milhões de km da Terra em 26 de dezembro de 2013. Acredita-se que ele se originou na Nuvem de Oort e que existe uma pequena possibilidade de ele já ter passado por aqui antes. Um grande cometa em 1680 foi observado com uma órbita muito similar a este.

Ainda não é possível saber como vai ser o cometa. Esperamos que seja deslumbrante!

Fonte: NASA

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Novo cometa com aparência asteroidal

A União Astronômica Internacional (IAU) confirmou a presença de um cometa próximo da Terra. A descoberta foi feita pelo Observatório Astronômico de Maiorca (OAM), na Espanha, que foi denominado como P/2012 NJ (La Sagra).

órbita do cometa recentemente descoberto

© OAM (órbita do cometa recentemente descoberto)

O trigéssimo primeiro cometa descoberto no ano foi visto no dia 16 de julho de 2012 através de um telescópio robótico de vigilância espacial deste centro.

Inicialmente, a IAU classificou o objeto como 'asteróide próximo da Terra' (NEO – Near Earth Object), mas dois dias mais tarde, astrônomos do Instituto de Investigação Planetária do Centro Aeroespacial alemão (DLR - Deutschen Zentrums für Luft- und Raumfahrt), fizeram observações de alta resolução e perceberam que se tratava de um cometa quando detectaram uma cauda incipiente de escassos quilômetros.

A descoberta foi reclassificada como Near Earth Comet (NEC). Este cometa tem um núcleo de aproximadamente 10 quilômetros e as primeiras medições apontam para uma velocidade de rotação de 13 horas e um período orbital em torno do Sol de 22,3 anos.

O cometa foi detectado a 45 milhões de quilômetros da Terra com 14,3 de magnitude, com um brilho considerável e que facilitará o seu seguimento astrométrico e espectrográfico durante os próximos meses.

Esse estudo permitirá conhecer melhor a evolução dos cometas ativos, que têm grande quantidade de elementos voláteis, produzindo grandes caudas, e dos cometas já extintos, que depois de passarem muitas vezes perto do Sol vão perdendo gelo e gás, ficando com uma aparência asteroidal, como é o caso deste.

O P/2012 NJ é o sexto cometa descoberto pelo Observatório Astronômico de Maiorca, que também já fez outros achados consideráveis: mais de seis mil asteróides, estrelas variáveis, estrelas novas na galáxia de Andrômeda e até 16 supernovas extragalácticas.

Fonte: OAM

quinta-feira, 15 de março de 2012

O último suspiro do cometa Swan

Quando a mancha solar 1429 produzia uma nova emissão de partículas, detectores a bordo do satélite de observação SOHO da NASA registravam um novo cometa prestes a ser dizimado pelo Sol.
© NASA/SOHO (cometa Swan em direção ao Sol)
A imagem foi captada pelo coronógrafo Lasco C2, a bordo do telescópio espacial SOHO.
O cometa Swan não resistiu à passagem periélica. O cometa foi aniquilado pelo calor da estrela, lançando ao espaço milhares de toneladas de material cometário varrido pelo vento solar.
Às 22h00 GMT do dia 14 de março, o cometa Swan penetra no disco solar, e o Sol transformou o cometa numa nuvem de poeira cósmica, quando o cometa se aproximou a cerca de 120 mil km da superfície solar.
Duarante a aproximação do cometa observa-se a ocorrência de sublimação do material cometário na alta atmosfera solar, quando seu núcleo se rompe e passa instantaneamente do estado sólido para o estado gasoso. O material constituinte, predominantemente hidrogênio e oxigênio, é soprado pela ação do vento solar, que aniquilou o cometa.
Fonte: NASA

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

As duas caudas opostas do cometa Garradd

O cometa Garradd recentemente apresenta duas caudas opostas.

Cometa Garradd_Robert Polzl

© Robert Pölzl (cometa Garradd)

Visível à esquerda está a cauda de poeira do cometa Garradd que é composta de gelo e poeira que segue o cometa em sua órbita ao redor do Sol. Visível à direita, está a cauda de íon do cometa Garradd que é composta de gás ionizado e é soprada diretamente contra o Sol pelo vento solar. A maioria dos cometas mostram duas caudas, embora não seja comum que elas apareçam em direções opostas. O cometa Garradd atualmente mostra caudas opostas devido a uma visão angular intermediária oportuna da Terra. Tonalidades sutis mostradas na imagem acima, registrada na última semana, mostra a cauda de poeira com um brilho levemente amarelo já que seus grandes grãos refletem a luz do Sol de forma acromática, enquanto que a cauda de íon brilha com uma tonalidade levemente azul já que os íons de monóxido de carbono refletem a luz do Sol de forma mais eficiente. No centro, ao redor do núcleo do cometa, está a coma levemente colorida de verde, que mostra essa coloração graças a uma mistura de poeira e gases que inclui cianogênio que emite a luz verde. Embora, agora esteja se afastando do Sol, o cometa Garradd fará sua maior aproximação da Terra na próxima semana.

Fonte: NASA