terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Cometa é capturado pelo Sol

A sonda Observatório Solar e Helioscópico (SOHO, na sigla em inglês), que foi lançada em 1995 para estudar desde o núcleo até a superfície do Sol, além do vento solar, já registrou mais de 1,5 mil cometas. Este cometa rasante, que tem pelo menos 2.000 anos de idade, foi descoberto em 2 de janeiro pelo astrônomo amador Alan Watson, na Austrália, que inspecionava imagens da sonda Stereo, obtidas dia 30 de dezembro de 2009.
Cometas como este são conhecidos como cometas rasantes e são caracterizados por serem pequenos e por descreverem órbitas que os levam muito próximo do Sol. A  imagem a seguir mostra o cometa se aproximando à esquerda, antes de ser de ser capturado pelo Sol.
cometa
© ESA/NASA (SOHO)
Astrônomos acreditam que eles sejam fragmentos de cometas maiores que se partiram há muitos séculos.
A imagem do cometa foi obitida através de um coronógrafo, um equipamento que bloqueia o objeto mais brilhante da imagem (o Sol) gerando um efeito de "eclipse falso" que destaca o cometa da maneira como poderia ser visto a olho nu.
Nenhum dos cometas capturados pela SOHO conseguiu "sobreviver" à sua aproximação do Sol.
Fonte: ESA e NASA

domingo, 29 de novembro de 2009

Água na Lua pode ter vindo de cometas

O mistério da origem da água descoberta na Lua pode em breve ser resolvido. As evidências da missão LCROSS da NASA (a agência espacial americana) sugerem que muita desta foi entregue por cometas em vez de se ter formado à superfície através de uma interação com o vento solar.

cratera cabeus

 © NASA (cratera Cabeus)

Em Outubro, dois objetos colidiram com a Lua - um estágio de foguete e, poucos minutos depois, a própria sonda LCROSS - na cratera Cabeus perto do pólo sul da Lua. A sonda capturou imagens e obteve dados espectográficos do detrito lunar expelido pelo impacto do foguete, descobrindo que continha inequívocos sinais de água.

infravermelho

 © NASA (espectômetro infravermelho)

ultravioleta e visível

 © NASA (espectômetro ultravioleta e visível)

As missões anteriores também tinham descoberto pistas de água lunar mas a sua fonte não era clara. Uma teoria afirma que a água se forma quando os átomos de hidrogênio do vento solar se ligam com os átomos de oxigénio no solo lunar, criando hidróxilo e água.
Mas agora as evidências tendem a favor de uma explicação alternativa - impactos de cometas. Os dados foram discutidos esta semana na reunião do Grupo de Análise de Exploração Lunar, um encontro de 160 cientistas em Houston, Texas, EUA.
A primeira linha de provas vem de compostos que se vaporizam rapidamente, ou voláteis. A LCROSS descobriu sinais espectrais de compostos voláteis contendo carbono e hidrogênio - provavelmente metano e etanol - bem como outros como amônia e dióxido de carbono. "Parece que colidimos numa área muito rica em compostos voláteis," disse Tony Colaprete, cientista principal da LCROSS, numa conferência de imprensa.
Estes compostos, na sua maioria, já deveriam ter sido perdidos para o espaço há bilhões de anos, quando a Lua coalesceu dos detritos de um impacto entre a Terra e um objeto com o tamanho de Marte. A água formada através de uma interação com o vento solar seria por isso relativamente pura - e livre de compostos voláteis.
Mas os cometas, que se pensa serem os responsáveis por muitas das cicatrizes de impacto na Lua, são "bolas de neve suja" que se sabe conterem compostos voláteis como o metano. "Se conseguirmos descobrir a fonte da água da Lua, poderemos entender melhor a história da Lua durante os últimos dois bilhões de anos," diz Larry Taylor da Universidade do Tennessee.
A segunda linha de evidências que aponta para os cometas vem da quantidade de água detectada. Espera-se que o vento solar forme água em quantidades minúsculas, resultando em concentrações não maiores do que 1% do solo lunar.
Os membros da equipe LCROSS estão ainda analisando os dados, mas os cálculos sugerem que a concentração de água é maior. "Os dados são consistentes com um conteúdo total de hidrogênio na ordem de alguns porcentos," disse Colaprete.
Além da ligação com cometas, os elementos voláteis geraram excitação devido ao seu valor como recurso para o voo espacial. Apesar da água ser importante para sobreviver na Lua, é o hidrogênio na água que pode ser usado como combustível para foguetes.
A possibilidade de descobrir compostos como etanol e metano, que podem ser usados diretamente como combustível, torna ainda mais viável a questão econômica do ser humano regressar à Lua. "A LCROSS deu-nos o nosso bilhete de volta à Lua," acrescenta Noah Petro do Centro Aeroespacial Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland, EUA.

Fonte: NASA

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Cometa foi lua de Júpiter

Um cometa foi há cerca de 60 anos e durante 12 anos uma lua temporária de Júpiter, anunciaram os astrônomos reunidos no Congresso Europeu de Ciência Planetária em Potsdam na Alemanha.

O cometa 147P/Kushida-Muramatsu se manteve em órbita de Júpiter de 1949 a 1961, segundo uma equipe internacional dirigida por Katsuhito Ohtsuka, do Tokyo Meteor Network, que criou um modelo das trajetórias de 18 cometas suscetíveis de se encontrar temporariamente atuando como satélites do maior planeta do Sistema Solar.

                  júpiter

© ESO (Júpiter) 

Os cometas, pequenos corpos celestes compostos essencialmente de água congelada e rochas, se deslocam em órbitas muito elípticas e a maior parte do tempo a grandes distâncias do Sol.

Os cometas presos temporariamente por Júpiter são abandonados sem nem mesmo conseguir completar uma órbita em torno do planeta, porém há possibilidade de algum cometa capturado realizar esta façanha.

Este cometa conseguiu completar duas revoluções em torno de Júpiter, está entre os cinco que conseguiram realizar ao menos uma órbita e é um dos três que passaram mais tempo em torno do planeta gigante.

"Os resultados de nosso estudo sugerem que os impactos sobre Júpiter e a captura de satélites temporários podem acontecer mais assiduamente do que se pensava até agora", assinalou David Asher, do Armagh Observatory (Reino Unido), que apresentou os dados em Potsdam.

Os asteroides ou cometas podem ser vítimas dos efeitos de maré gerados pela forte gravidade de Júpiter, como ocorreu com o cometa Shoemaker-Levy 9, que se partiu em 21 pedaços sobre a superfície de Júpiter em 1994.

Os rastros de um novo impacto sobre Júpiter, descobertos em julho passado por um astrônomo amador e confirmados pela Nasa (agência espacial norte-americana), podem corresponder a um objeto da mesma categoria deste cometa. O planeta Júpiter funciona como um escudo protetor da Terra.

                     impacto

 © NASA (Júpiter)

Fonte: Agence France-Presse afp

domingo, 23 de agosto de 2009

Descoberto aminoácido no cometa Wild 2

Cientistas da NASA (agência espacial norte-americana) descobriram pela primeira vez a presença de glicina, um aminoácido essencial para a formação de vida, em amostras do cometa Wild 2 trazidas à Terra pela sonda Stardust em 2006, revelou hoje o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência. A seguir, observa-se uma imagem do cometa Wild 2, realizada pela NASA a partir da sonda Stardust.

                  wild 2

 © NASA (Cometa Wild 2)

A sonda Stardust, que passou pela cauda do cometa em 2004, com velocidade de 21000 km/h, recolheu e enviou para a Terra amostras de poeira do cometa. A descoberta apoia a teoria de que alguns ingredientes da vida surgiram no espaço e chegaram à Terra por meio do impacto de meteoritos e cometas.

Carl Pilcher, diretor do Instituto de Astrobiologia da NASA, afirmou que a descoberta também respalda a hipótese de que os blocos básicos da vida abundam no espaço e que a vida no universo é mais comum do que se acredita.

Os resultados da investigação dos cientistas foram apresentados durante uma reunião realizada pela Sociedade Química dos Estados Unidos em Washington no fim de semana passado e serão publicados em breve pela revista "Meteorites and Planetary Science", de acordo com o JPL.

Desde o princípio, as análises revelaram a presença de glicina nas amostras. No entanto, por esse ingrediente existir na vida terrestre acreditou-se que a malha estava contaminada, durante a manipulação ou fabricação da cápsula, porém, descartaram a possibilidade, após usarem a análise isotópica, explicou Jamie Elsila, do Centro de Voos Espaciais da Nasa. Há uma quantidade maior do isótopo do carbono ¹³C do que o carbono estável ¹²C, indicando que a glicina possui origem cometária.

A descoberta de aminoácidos em um cometa é um triunfo notável!

Fonte: Goddard Space Flight Center - NASA

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O cometa Lulin se aproxima da Terra!

O cometa C/2007 N3 (Lulin) foi descoberto em 11 de julho de 2007 pelos astrônomos Quanzhi Ye e Chi Sheng Lin, inicialmente como um objeto de aspecto asteroidal, e uma semana depois J. Young observou sua aparência cometária.
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 © 19/01/2009 Michael Jaeger
O cometa Lulin atingiu o periélio no dia 10 de janeiro de 2009 quando estava a 1,21 UA (Unidade Astronômica) do Sol. E no dia 24 de fevereiro ocorrerá a maior aproximação da Terra (perigeu) quando estiver a 0,41 UA, cerca de 61,5 milhões de quilômetros.
O cometa Lulin tem uma coloração esverdeada e por estar próximo da eclíptica apresenta uma anticauda que pode ser notada na imagem a seguir.
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© 07/01/2009 Karzaman Ahmad
O cometa Lulin que possui uma órbita hiperbólica, atualmente é visível de madrugada no hemisfério sul próximo da estrela Alfa Librae com magnitude 6,5.
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 © 08/01/2009 Gregg Ruppel
Na noite do dia 24 de fevereiro estará próximo de Saturno (2 graus) na Constelação de Leão com magnitude 5, podendo ser visível a olho nu em locais de pouca luminosidade. Esta configuração pode ser vista no mapa celeste abaixo.
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 © 24/02/2009 RedShift Software
Cometa Lulin seja bem vindo!
Fonte:  Cometas Blog

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Novo mineral encontrado em cometa

Pesquisadores da NASA acharam um novo mineral num material que provavelmente originou-se do cometa 26P/Grigg-Skjellerup, que foi descoberto em 1902 e passa em torno do Sol a cada cinco anos.

O mineral é composto de silício, manganês e rodeado por camadas de outros minerais que são encontrados apenas em pedras extraterrestres. Este mineral foi denominado de brownleeita, e foi descoberto dentro de uma partícula de pó interplanetária, ou IDP, por Donald Brownlee, astrônomo da Universidade Washington, que também é o pesquisador principal da missão Stardust da NASA. A equipe que fez a descoberta é conduzida por Keiko Nakamura-Messenger, cientista espacial do Centro Espacial Johnson da NASA, em Houston. O nome oficial de brownleeita une a uma lista de mais de 4.300 outros minerais, catalogados pela International Mineralogical Association (IMA).

brownleeita

                                     © NASA (Brownleeita)

A Terra recebe anualmente 40.000 toneladas de partículas de pó de cometas e asteróides desintegrados, equivalente diariamente a uma partícula por metro quadrado. Estes grãos minerais de cerca de 0,00025 cm de diâmetro são extremamente importantes, porque aparentemente são constituintes da formação original do Sistema Solar.

Fonte: Adaptado de texto original da NASA.

terça-feira, 22 de julho de 2008

O SOHO descobre seu 1.500º cometa!

O SOHO (Solar and Heliospheric Observatory) das agências espaciais da Europa (ESA) e dos Estados Unidos (NASA) acaba de atingir uma marca história, com a descoberta de seu cometa de número 1.500 em 25 de junho de 2008.

O pequeno cometa pertence ao grupo Kreutz e foi identificado pelo norte-americano Rob Matson, astrônomo amador e veterano caçador de cometas. Os cometas do grupo Kreutz têm sido observados há centenas de anos. Eles se deslocam muito próximos ao Sol, a ponto de muitos se evaporarem por conta da radiação da estrela.

                                         1500thcomet

                                     © NASA/ESA (SOHO)

O número conseguido pelo SOHO é ainda mais impressionante ao se considerar que até hoje, com todos os métodos disponíveis, foram descobertos pouco mais de 3.300 cometas.

O sucesso do observatório se explica principalmente por sua posição. Localizado entre o Sol e a Terra, a espaçonave tem uma vista privilegiada de uma região do espaço que dificilmente é vista da Terra. Da superfície terrestre as regiões mais próximas ao Sol são possíveis de serem observadas apenas durante eclipses.

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                             © NASA/ESA (SOHO e cometa Bradfield)

Segundo as agências ESA e NASA, cerca de 85% de todos os cometas descobertos pelo SOHO são fragmentos de um gigantesco cometa que se partiu há muitos séculos próximo ao Sol. São esses fragmentos que compõem o grupo conhecido como Kreutz.

Esses cometas passam a até 1,5 milhão de quilômetros da superfície solar quando retornam do espaço profundo, o que é muito pouco, pelo menos astronomicamente. Trata-se de 0,01 UA (Unidade Astronômica), ou seja, 1% da distância entre a Terra e o Sol.

A imagem do cometa de número 1.500 foi capturada com o Coronógrafo Espectrométrico de Ângulo Amplo (Lasco), um dos 12 instrumentos a bordo da nave. Apenas 15 minutos após a coleta pelo SOHO, os dados se tornam disponíveis pela internet.

Astrônomos de todo o mundo, profissionais ou amadores, podem analisar nas imagens pontos que acham ser cometas. Quando alguém estiver certo de que encontrou um, pode submeter o resultado da análise ao Laboratório de Pesquisa Naval, em Washington, responsável pela checagem. Após a conferência, os dados são enviados ao Centro de Planetas Menores, onde o cometa é catalogado e sua órbita é calculada.

Veja a seguir uma animação da NASA e ESA da descoberta do cometa de número 1.500 do SOHO.

                          © NASA/ESA (SOHO e o seu 1500º cometa)

Fonte: NASA/ESA e Agência PAPESP.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Missão da sonda Rosetta

A sonda Rosetta é uma missão da ESA (Agência Espacial Européia), lançada pelo foguete Ariane 5 na base de Kourou, na Guiana Francesa, em 2 de Março de 2004. O objetivo inicial da missão era visitar o cometa 46P/Wirtanen, porém ela foi alterada para estudar o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, que viaja entre as órbitas da Terra e de Júpiter. Este cometa descoberto em 1969 por Klim Churyumov e Svetlana Gerasimenko, apresenta um núcleo de 4 Km de diâmetro e um período de 6,57 anos.

© ESA (Rosetta e Módulo Philae)


A sonda é constituída de duas estruturas: a parte principal, a sonda que foi denominada de Rosetta, e o módulo de aterrissagem, que foi denominado de Philae. A sonda recebeu este nome em referência a Pedra de Rosetta, e o módulo de aterrissagem recebeu o nome de uma ilha de Philae no rio Nilo que contém um obelisco. Estas estruturas contribuiram para decifrar os hieróglifos.


© ESA (Pedra de Rosetta)



© Wikipédia (Ilha de Philae)

Durante a longa viagem até ao seu destino final, o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, a Rosetta deverá estudar dois asteróides, o 2867-Steins e o 21-Lutetia, ambos situados no cinturão de asteróides, entre as órbitas de Marte e Júpiter. A Rosetta se aproximará do asteróide Steins em 5 de Setembro de 2008, a uma distância de apenas 1700 Km, com velocidade relativamente baixa de 9 Km/s. Em novembro de 2009 a sonda realizará seu terceiro e último ajuste orbital em torno da Terra. As duas passagens anteriores pela Terra foram em novembro de 2005 e novembro de 2007. No dia 10 de Julho de 2010, a sonda se aproximará do asteróide Lutetia, passando a cerca de 3000 Km de distância, a uma velocidade aproximada de 15 Km/s.
A sonda chegará ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko em 2014, onde irá liberar o módulo Philae de 100 quilos, que deverá pousar na superfície gelada do núcleo do cometa e estudá-lo de maneira profunda. A missão Rosetta se encerrará em dezembro de 2015 após acompanhar o cometa durante sua aproximação do Sol.

Fonte: ESA (Agência Espacial Européia)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Missão EPOXI ao cometa Hartley 2

A NASA aprovou a missão EPOXI*, que é uma missão estendida da sonda Deep Impact que tem a finalidade de observar planetas extra-solares e sobrevoar o cometa Hartley 2 no dia 04 de novembro de 2010. A princípio o objetivo seria o cometa Boethin, mas por apresentar-se muito débil foi difícil calcular sua órbita. O cometa Hartley 2 possui o mesmo interesse científico que o cometa Boethin, porque ambos são relativamente pequenos. O cometa Hartley 2, oficialmente designado 103P/Hartley é um cometa periódico com um período orbital de 6,39 anos. Foi descoberto por Malcolm Hartley em 1986 na Austrália. Seu diâmetro estimado é de 1,6 Km. A imagem a seguir mostra o cometa Hartley 2.



© 1997 Herman Mikuz

Nesta missão dupla a Deep Impact irá estudar as propriedades físicas de planetas gigantescos e procurará anéis, luas e planetas com massa da ordem de três vezes a da Terra. Atualmente, mais de 200 planetas extra-solares foram descobertos. A aproximação mais íntima da missão será ao cometa Hartley 2, onde a sonda atingirá cerca de mil quilômetros do cometa.
A Deep Impact utilizará o mesmo aparato utilizado na missão principal ao cometa Tempel 1, guiando uma sonda menor que se chocou sobre este cometa em 4 de julho de 2005, conforme visto na imagem a seguir.


© 2005 NASA

O espectrômetro infravermelho da sonda analisará a composição do cometa Hartley 2, enquanto o telescópio observa características de sua superfície.
Os controladores da missão no Laboratório de Jato Propulsão (JPL) da NASA redirecionaram a Deep Impact em 1 de novembro de 2007 e após passar próxima da Terra em 31 de dezembro de 2007 a sonda obteve aceleração gravitacional e a janela ideal para viajar até o cometa Hartley 2.


*EPOXI é uma combinação de Extrasolar Planet Observation and Characterization (EPOCh) e Deep Impact Extended Investigation (DIXI).


Fonte: NASA Goddard Space Flight Center.

domingo, 6 de janeiro de 2008

O cometa Holmes já é maior que o Sol

O cometa 17P/Holmes é um cometa periódico, cujo período é de 6,8 anos. Ele apresentava magnitude 17 e o seu brilho era, até 23 de outubro de 2007, 35 vezes mais fraco que o planeta-anão Plutão. O cometa estava localizado na constelação de Perseu quando, em 24 de outubro de 2007, repentinamente ocorreu uma explosão de brilho (outburst).

© 2007 Michael Jäger

A taxa de expansão é da ordem de 0,5 Km/s. O motivo do outburst provavelmente foi ocasionado por uma rachadura no núcleo, que permitiu que uma quantidade maior de seu material gelado escapasse do seu interior para o espaço e entrasse em processo de sublimação na presença dos raios solares. Foi devido ao fenômeno do outburst que em 1892 o astrônomo inglês Edwin Holmes descobriu o cometa 17P/Holmes. Veja a foto a seguir:

© 1892 Edward Barnard

Na fotografia vista abaibo, a imagem da esquerda feita por um astrônomo amador em 1 de novembro de 2007 mostra o cometa Holmes apresentando uma coma com aparência de conchas concêntricas e uma cauda débil; e, a imagem da direita feita pelo telescópio Hubble em 4 de novembro de 2007 revela uma maior concentração de poeira ao longo da direção horizontal.

© 2007 NASA/ESA

Na noite de 21 de novembro de 2007, a coma do cometa Holmes tinha uma dimensão projetada de 0,6° de largura, um pouco maior que a Lua, como mostrado na imagem montada a seguir.

© 2007 Gary Seronik

No entanto, é sempre importante lembrar que a afirmação não se refere propriamente ao corpo do cometa, que segundo as últimas estimativas, é de 3.7 quilômetros, e sim ao invólucro que envolve o núcleo. Em 9 de novembro de 2007, os astrônomos do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí (Rachel Stevenson, Jan Kleyna, Pedro Lacerda e David Jewitt) calcularam que o diâmetro da coma do cometa Holmes estava medindo aproximadamente 1.4 milhões de quilômetros de diâmetro, contra 1.39 milhões de quilômetros do Sol. Sem dúvida a coma de Holmes é gigante, mas não maior que a do cometa Hale-Bopp, que em 1997 se apresentou com uma cabeleira estimada entre 2 e 3 milhões de quilômetros. A comparação de tamanho entre o cometa Holmes e o Sol pode ser vista na imagem abaixo.

© 2007 NASA/ESA e Universidade do Havaí


sábado, 29 de dezembro de 2007

Cometa Colide Com Furacão Solar

É a primeira vez que tal evento cósmico foi observado. O satélite STEREO (Solar TErrestrial RElations Observatory) da NASA capturou, em 20 de abril de 2007, as primeiras imagens de uma colisão entre um cometa (2P/Encke) e erupções de massa coronal, que são gigantescas nuvens de gás magnetizadas que o Sol emana para o espaço com velocidade de 1% da velocidade da luz (300.000 km/s). As ejeções de matéria coronal podem provocar tempestades geomagnéticas que podem afetar satélites e telecomunicações.
A sonda STEREO conseguiu observar o acontecimento com a sua câmara HI (Heliospheric Imager), que possui a capacidade de obter várias imagens com bastante rapidez.

© 2007 NASA

A colisão resultou na separação completa da cauda de protoplasma do cometa Encke, que estava próximo da órbita de Mercúrio. Havia suspeita que as ejeções de massa coronal possam ocasionar a desagregação da cauda de certos cometas, mas nunca se tinha observado diretamente tal fato. Veja o video a seguir:


© 2007 NASA

O fenômeno da reconexão magnética que provoca o realinhamento das linhas dos campos magnéticos da cauda do cometa e da massa coronal ejetada gerou uma enorme quantidade de energia, propiciou a disjunção da cauda do cometa. O processo é semelhante ao que acontece na magnetosfera terrestre durante as tempestades geomagnéticas e que produz principalmente a aurora polar.

© 2005 USAF (Joshua Strang)

Adaptado de material realizada pela NASA, Goddard Space Flight Center (2007, October 1). Comet Collides With Solar Hurricane.